terça-feira, 9 de junho de 2015

Carta da 22ª Convenção de Solidariedade a Cuba: ao povo e ao governo do Brasil e de Cuba

Pernambuco sediou, nos dias 04, 05 e 06 de junho, a 22ª Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba, com a presença de 480 delegados vindos de 18 estados, representando 54 organizações. 

Comissão executiva da XXII Convenção
Abaixo, segue a íntegra da Carta do Recife.

Nas hospitaleiras cidades de Recife e Olinda, Estado de Pernambuco, terra de tantas revoluções libertárias, de heróis patrióticos e internacionalistas, como José Inácio de Abreu e Lima, Miguel Arraes, David Capistrano e Gregório Bezerra, no dia 6 de junho de 2015, os 480 delegados e convidados à 22ª Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba celebramos, junto a Gerardo Hernández Nordelo, uma das mais importantes vitórias do movimento de solidariedade internacional com a Causa dos Cinco: estes voltaram à Pátria, ao seio do povo que defenderam de forma digna e heroica, e, de onde seguem, com mais força e convicções, defendendo o Socialismo que cubanas e cubanos assumiram, por esmagadora maioria, como opção histórica de desenvolvimento social, democracia e justiça para todos.

O regresso dos Cinco demonstrou o valor insubstituível da solidariedade na defesa das causas justas dos nossos povos e confirmou a utilidade dos esforços como o que realizamos hoje.

Somos protagonistas de uma das maiores Convenções de Solidariedade celebradas até hoje no Brasil, com recorde de delegados (480), de organizações de solidariedade representadas (54), de estados com delegações presentes (18) e de movimentos sociais e partidos amigos de Cuba. Fato que nos orgulha e estimula.

Constatamos, com satisfação, que a expansão do movimento de solidariedade a Cuba, durante os últimos anos, foi muito mais que quantitativa, foi qualitativa: se evidenciou uma crescente diversidade das forças sociais interessadas em promover as relações de amizade e solidariedade mútua entre nossos respectivos povos; fica cada vez mais claro que, desde as organizações de solidariedade, podem-se gestar iniciativas que favoreçam o crescimento das relações bilaterais, inclusive em nível de Governo; e se tornaram mais objetivas as relações plurais cultivadas por nossos dois povos nos últimos anos.


Seguiremos firmes no nosso caminho. Defendemos a cooperação, a solidariedade e a amizade entre todos os povos do mundo. E esta é também a característica fundamental da política externa cubana. Assim sendo, nos somamos à defesa de uma solução pacífica dos conflitos internacionais em que os verdadeiros interesses dos povos e nações sejam respeitados. Confiamos que o povo, que soube escolher o caminho da revolução socialista, da liberdade e da autodeterminação, com inauditos sacrifícios, jamais se submeterá ao perverso domínio do capitalismo e que continuará firme na construção do Socialismo.

Por isso, devemos enfrentar a guerra midiática permanente realizada pelos EUA, que busca caluniar, isolar e solapar o processo socialista cubano.

Continuaremos firmes na batalha pela soberania, pela democracia, pela liberdade e pelo socialismo em Cuba e no mundo.

Levaremos a nossa luta pela causa da vida, pela justiça social, pela paz, pelo fim do terrorismo de Estado até as últimas consequências. Por isso, exigimos a condenação dos verdadeiros terroristas, como Luis Posada Carriles, agente da CIA, declarado terrorista pela justiça cubana e pela justiça da Venezuela, autor do atentado ao voo 455 da Cubana de Aviación, em 1976, que sobrevoava os céus de Barbados, matando os 73 passageiros inocentes. Por isso, seguiremos firmes no nosso caminho e ao lado de Cuba e também da Venezuela!

Defendemos a integração solidária dos povos da América Latina e Caribe e de todo o mundo, por isso, exigimos o fim do criminoso bloqueio econômico, que, até 2013, trouxe perdas superiores a US$ 117 bilhões, mais que o dobro do Produto Interno Bruto (PIB) de Cuba, causando danos irreparáveis e desumanos à indústria, à agricultura, ao comércio e ao povo cubano.

De igual modo, exigimos o encerramento imediato da prisão de Guantánamo e a sua indiscutível devolução ao povo cubano, como a única maneira de pôr fim às graves violações dos direitos humanos que comete o governo dos Estados Unidos nesta base militar, que fere a soberania da nação cubana.

Tentam em vão, mas não apagarão jamais da história a trajetória de solidariedade humana da revolução cubana: desde 1963, quando partiu para a Argélia a primeira brigada médica cubana em missão internacionalista, 131.933 profissionais da saúde colaboram com outras nações; atualmente cerca de 25 mil médicos e mais de 50.000 especialistas permanecem prestando esses serviços, inclusive no Nepal, onde uma brigada médica cubana integrada por 49 profissionais presta socorro às vítimas do terremoto de 25 de abril deste ano.

Neste sentido, somos imensamente gratos pela realização do extraordinário trabalho dos médicos cubanos em nossos municípios distantes e nas periferias das grandes cidades do Brasil por meio do programa Mais Médicos; somos pelo reconhecimento automático, como faz o governo argentino, dos médicos formados na Escola Latino Americana de Medicina (ELAM), que, além da capacitação profissional e técnica, ensina também a solidariedade e o humanismo como ferramentas para salvar vidas.

Essa deverá ser a base política de construção de uma nova sociedade que os povos do mundo inteiro desejam. Não queremos tropas militares invadindo países para saquear suas riquezas, e sim médicos que salvem vidas, educadores que fomentem valores de solidariedade, técnicos que preservem o meio ambiente, enfim, homens e mulheres que sirvam a paz e a cooperação entre os povos.

Não nos esqueceremos jamais que os resultados extraordinários alcançados pelos nossos irmãos cubanos, como o fim do analfabetismo, da desnutrição infantil, a universalização da educação, inclusive de nível superior, os altos índices de expectativa de vida e o menor índice de mortalidade infantil do mundo só foram possíveis graças à sua revolução, que nacionalizou as terras, os bancos e socializou o conjunto das riquezas produzidas pelo povo cubano ao longo da sua história.

Por tudo isso, exigimos:

Fim do iníquo, ilegal e criminoso bloqueio estadunidense a Cuba!

Fechamento imediato da prisão e da Base de Guantánamo e sua imediata devolução aos seus verdadeiros donos, o povo cubano!

Fim das ações terroristas, punição para Posada Carriles e todos os criminosos impunes!

Fim do terrorismo midiático contra Cuba!

Fora com a 4ª Frota dos mares latino-americanos e caribenhos!

Viva o 56º Aniversário da Revolução Cubana! Viva o Socialismo!

Viva a libertação dos Cinco Heróis!

Pela autodeterminação e unidade da América Latina e Caribe!

Recife-PE, 06 de junho de 2015.

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