quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Cortejo com cinzas de Fidel atravessa Cuba e leva milhares de pessoas às ruas para despedida

Percurso faz caminho de volta da Caravana da Liberdade, quando em 1959 Fidel Castro e outros guerrilheiros foram de Santiago a Havana após vitória da Revolução 

Moradores acompanham cortejo com cinzas de Fidel em Ciego de Ávila - Afe
Por Camilo Toscano no Opera Mundi

A repetição da Caravana da Liberdade, de 1959, com os restos mortais de Fidel Castro, tem levado milhares de cubanos às ruas das cidades por onde passa para se despedir do ex-presidente e líder revolucionário.

O cortejo fúnebre partiu de Havana nesta quarta-feira (30/11) rumo a Santiago, no leste da ilha, fazendo o percurso inverso àquele realizado por Fidel e guerrilheiros de Sierra Maestra entre os dias 1º e o 8 de janeiro de 1959 após o triunfo da Revolução Cubana.

Depois de passar a noite na cidade de Santa Clara, onde houve uma vigília feita pelos moradores, o cortejo fúnebre partiu na manhã desta quinta-feira (1/12) rumo à cidade de Santo Espírito, aonde chegou por volta das 12h (15h em Brasília). Santa Clara é a cidade onde estão os restos mortais de Ernesto Che Guevara, que junto com Fidel liderou a Revolução Cubana. À tarde, foi a vez dos cidadãos e cidadãs de Ciego de Ávila ir às ruas prestar uma última homenagem a Fidel.

Por onde passa, o cortejo é saudado por cubanas e cubanos com o grito “Eu sou Fidel”, que também marcou o ato realizado na noite de terça-feira (29/11) na Praça da Revolução, em Havana, e que reuniu mais de dois milhões de pessoas. Muitas pessoas trazem bandeiras de Cuba, usam camisetas com imagens dos líderes da revolução e até cantam o hino nacional em homenagem ao ex-presidente cubano.

Depois de passar por Ciego de Ávila, o cortejo segue para Santiago passando por Camaguye, Las Tunas e Olguín. Em Santiago, as cinzas serão enterradas junto com os restos de familiares de Fidel no cemitério de Santa Ifigênia, onde também está enterrado José Martí, maior referência no processo de independência de Cuba da Espanha, no fim do século 19.

Em Havana, a população começou a retomar as atividades nesta quarta-feira, mas cubanas e cubanos seguem resignados. Em muitas casas na cidade, as televisões permanecem ligadas acompanhando as transmissões do traslado dos restos de Fidel pelo país.

O luto oficial de nove dias decretado pelo governo cubano segue até a próxima segunda-feira (5/12). Os estabelecimentos turísticos estatais estão em sua maioria fechados e a venda de bebidas alcoólicas está suspensa, mesmo nos restaurantes privados. O volume de turistas se mantém intenso, mas a ausência de música, em respeito ao luto decretado pelo governo após a morte de Fidel, faz com que os estrangeiros circulem mais pela cidade de dia do que de noite.

Após a chegada a Santiago, está previsto um ato às 19h de sábado (3/12), na praça Antonio Maceo. No dia seguinte, a cerimônia de enterro de Fidel no cemitério Santa Ifigênia acontece a partir das 7h (10h de Brasília). 

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