terça-feira, 27 de outubro de 2015

"Bloqueio a Cuba ainda não acabou, mesmo com o restabelecimento das relações com os EUA"


O dia 27 de outubro poderá ser uma data inesquecível para Cuba. Neste dia, em Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York, a comunidade internacional irá se pronunciar sobre o pedido de Cuba pelo fim bloqueio econômico, financeiro e comercial feito pelos Estados Unidos. O primeiro pronunciamento sobre o tema aconteceu em 17 de dezembro de 2015, quando os países iniciaram um novo momento nas suas relações diplomáticas, com a abertura de embaixadas em Washington e Havana.

Para comemorar a iniciativa, a Associação Cultural José Martí na Bahia realiza um ato político ecultural pelo fim do bloqueio a Cuba nesta terça (27). O encontro acontece no Teatro Raul Seixas, no Sindicato dos Bancários, em Salvador, a partir das 19h.

De acordo com a cônsul de Cuba para o Nordeste brasileiro, Laura Pujol, o intuito, neste momento, é chamar a atenção para o fato de que o bloqueio ainda não acabou, mesmo com o restabelecimento das relações diplomáticas. “Esse é o principal obstáculo para o desenvolvimento econômico, cultural e social do povo cubano. O presidente Obama ainda não fez tudo o que poderia ser feito para diminuir o bloqueio. Existem muitas leis que poderiam ser modificadas para reduzir os danos dessa medida unilateral contra Cuba”, avalia.

Segundo ela, o bloqueio é uma medida unilateral imposta de forma completamente arbitrária ao povo cubano e precisa cessar imediatamente. “Não adianta inventar desculpas, aguardar aprovação do congresso. Os Estados Unidos formam uma nação suficientemente grande e têm demonstrado que quando querem fazer algo, eles fazem”, declara.

Laura acredita ser necessária uma chamada internacional para o fim do bloqueio. “Acreditamos que amanhã [27] a votação será esmagadora. Ano passado, foram 188 países a favor do fim do bloqueio. Só EUA e Israel que votaram contra. Este ano, esperamos uma nova demonstração pedindo o fim desta restrição. Mais de 50 presidentes que falaram nos debates dos 70 anos da ONU, incluíram nos seus discursos a necessidade de acabar com o bloqueio. Isso mostra a importância que é concedida ao tema”.

O fim do bloqueio contra Cuba é considerado um dos assuntos que a ONU precisa resolver neste ano. Laura e a população cubana estão confiantes com a votação desta terça. “Esperamos que seja uma nova vitória para Cuba. Mesmo reconhecendo os avanços nas relações entre os dois países, muito pode ser feito. Não poderá existir relações normalizadas com EUA enquanto bloqueio exista”, finaliza.

Relatório

O relatório anual ‘Necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro dos Estados Unidos contra Cuba’ indica que as perdas acumuladas durante mais de 50 anos são da ordem dos 833,755 bilhões de dólares.

Para especialistas, o montante poderia ser muito maior, pois o bloqueio implica em custos maiores, milhões de dólares perdidos em negócios no mundo que não se concretizaram e a impossibilidade de Cuba vender seus produtos nos EUA, o maior mercado global.

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